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IVI
Estudo Retrospectivo Dos Exames Radiográficos De 762 Cães Das Raças Rottweiler, Golden Retriever, Labrador E Pastor Alemão Para Avaliação Da Displasia Coxofemoral, No Período De 2.000 À 2.004

A displasia coxofemoral é uma enfermidade multifatorial e poligênica caracterizada por um desenvolvimento anormal das articulações coxofemorais, com incongruência articular causada por variáveis graus de frouxidão articular, permitindo subluxações em idades precoces.

O diagnóstico da displasia coxofemoral é realizado pela anamnese e exame físico das articulações, mas o diagnóstico definitivo é realizado a partir do exame radiográfico. O posicionamento padrão adotado internacionalmente pela Orthopedic Foundation for Animals (OFA), e no Brasil pelo Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinária (CBRV), é o método mais difundido mundialmente para o diagnóstico da displasia coxofemoral.

O presente trabalho teve por objetivo realizar um estudo retrospectivo dos exames radiográficos de cães das raças Rottweiler, Golden Retriever, Labrador e Pastor Alemão, encaminhados ao serviço de radiodiagnóstico do Instituto Veterinário de Imagem em São Paulo, no período de 2000 a 2004, a fim de obter a freqüência da displasia coxofemoral nas raças descritas.

Foram inclusos no seguinte trabalho todos os cães encaminhados ao serviço para avaliação da articulação coxofemoral com suspeita clínica ou não de displasia coxofemoral, e animais para avaliação da progressão de doença já diagnosticada. 

Foram realizados 762 exames radiográficos de cães e observou-se que 23,8 % eram da raça Rottweiler, 17,8 % Golden Retriever, 40,6 % Labradores e 17,5 % Pastores Alemães. Dos 762 exames radiográficos em cães, 50,8 % eram machos e 49,2 % fêmeas. Em relação à idade dos animais, 45,1% tinham menos de 24 meses de idade e 54,9 % tinham idade maior ou igual a 24 meses completos, na realização do exame radiográfico. A classificação da displasia coxofemoral baseou-se no esquema adotado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinária.

Foram avaliados 182 cães da raça Rottweiler que foram classificados 23,0 % como Grau A, 19,7 % Grau B, 21,4% Grau C, 8,7 % Grau D e 26,9 % Grau E. Dos 136 cães da raça Golden Retriever, 5,8 % foram classificados como Grau A, 15,4 % Grau B, 47,0 % Grau C, 13,2 % Grau D e 18,3 % como Grau E. Os 310 cães Labradores foram classificados em 20,9 % como Grau A, 19,0 % Grau B, 24,1 % Grau C, 6,1 % Grau D e 29,6 % Grau E, assim como os 134 Pastores Alemães em 12,6 % como Grau A, 7,4 % Grau B, 31,3 % Grau C, 5,9 % Grau D e 42,5 % Grau E. 

Concluiu-se que a raça Labrador apresentou maior incidência quanto à displasia coxofemoral podendo ser explicada pelo maior número de exemplares da raça nos dias de hoje, na cidade de São Paulo. Neste levantamento não se observou predileção quanto ao sexo dos animais estudados e, com relação à idade, houve uma diferença inexpressiva da incidência de animais com idades inferiores ou superiores a 02 anos. Somente cães com 24 meses completos, ou mais, obtiveram seus laudos oficializados pelo Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinária. Cães das raças Labrador e Rottweiler apresentaram maior número de animais dentro do Grau A com 20,9% e 23,0%, respectivamente. Dentro do Grau B e C, todas as raças pesquisadas apresentaram incidências semelhantes. O Grau D foi o grupo de menor concentração de animais, sendo que, a raça Golden Retriever com 13,2% foi a mais acometida. A raça Pastor Alemão apresentou uma porcentagem de 42,5 dos cães, inclusos no Grau E; com uma grande incidência de animais que desenvolveram uma artropatia degenerativa secundária à displasia coxofemoral severa.


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